Esteatose hepática não alcoólica vem crescendo com a obesidade

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A maioria das pessoas está ciente de que a obesidade está associada a um risco aumentado de doença cardíaca, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer, mas poucas pessoas sabem de sua ligação com uma doença hepática, mas que vem sendo cada vez mais conhecida, a esteatose hepatica não alcoólica, ou NASH.

Trata-se de uma condição preocupante, pois a freqüência é cada dia maior e está associada a risco aumentado de cirrose e câncer de fígado, podendo levar até à necessidade de transplante hepático em alguns casos mais graves.

Inflamação do fígado

A esteatose hepática não alcóolica é uma condição na qual o fígado torna-se inflamado, devido a um excesso de acúmulo de gordura nas células do fígado. Se a inflamação é persistente, há formação de tecido fibroso, cicatricial, levando ao quadro de cirrose.

A doença é, portanto, quase idêntica ao dano hepático vivida por pessoas que bebem muita bebida alcólica, mas, neste caso, o dano está feito não pelo álcool, mas pela má alimentação e excesso de peso.

Atualmente, o melhor tratamento para esteatose hepática não alcoólica é através de modificação do estilo de vida: reduzir o peso, consumir uma dieta mais saudável, praticar atividade física regular. Em alguns casos pode ser necessário medicação. Tais esforços podem ajudar a melhorar a condição ou até mesmo revertê-la, de acordo com o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais (NIDDK) dos EUA.

A preocupação de rápido crescimento

NIDDK estima que cerca de 2% a 5% dos adultos americanos têm NASH, e mais 10 a 20 por cento tem um “fígado gordo”, uma doença benigna, que pode ou não levar à inflamação do fígado.

Autoridades de saúde dos Estados Unidos esperam que essas porcentagens aumentem à medida epidemia de obesidade continue no país.

Ainda mais perturbador, entretanto, é a constatação de que 10% das crianças nos Estados Unidos agora têm gordura no fígado. Cerca de 10% dos adolescentes de hoje poderia ter de se submeter a um transplante de fígado ou ter a morte relacionada com o fígado antes de atingir a idade de 35 anos.”

Não só o resultado de excesso de peso

Outro fator preocupante sobre esta condição é que, em crianças, pelo menos, a taxa de incidência de esteatose hepática não alcoólica aumenta mais rapidamente do que a taxa de obesidade infantil.

Isto sugere que algo mais – não apenas o peso extra – está contribuindo para a gordura no fígado. Alguns estudos descobriram, por exemplo, que “quando as crianças com esteatose hepática consomem açúcar, produzem muito mais triglicerídeos [um tipo de gordura] do que as crianças sem a doença, e isso pode estar agravando o acúmulo de gordura no fígado.

De fato, estudos mostram que ao eliminar bebidas açucaradas as crianças melhoram a condição, mas ainda não está claro se essa melhora é o resultado de cortar o açúcar ou da perda de peso, que vem com o corte em calorias.

A esteatose hepática, apesar de sua morbi-motrtalidade, pode ser prevenida na maior parte das vezes e, se devidamente tratada, revertida. Procure sempre um médico para uma avaliação mais adequada e individualizada.

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